Advogado Maurício Dal Agnol é preso em Passo Fundo

O advogado Maurício Dal Agnol foi preso preventivamente em Passo Fundo, no Norte do RS, na manhã desta quinta-feira (5). Ele é alvo de mais de 200 processos e tem uma condenação em primeiro grau por se apropriar de valores obtidos em processos judiciais.

A prisão foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) e ocorreu na casa de Dal Agnol, por volta de 8h. O advogado foi levado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e, às 10h, encaminhado ao Presídio Regional de Passo Fundo.

De acordo com o promotor de Justiça Diego Pessi, responsável pelo pedido de prisão e pela operação, a medida teve como objetivo "garantir a ordem pública e econômica, assegurar a conveniência da instrução criminal e garantir a aplicação da lei penal".

Ele já havia sido preso em 2014, por seis meses, por formação de quadrilha e se apropriar de indenizações de clientes.

Há cerca de duas semanas, o Gaeco realizou buscas em endereços ligados ao advogado. As ordens judiciais foram cumpridas em um prédio comercial que sedia um escritório do advogado e em uma residência. Nos locais, foram apreendidos documentos, celulares, armas de fogo e cerca de R$ 4,7 milhões em dinheiro.

O MP apura suposta lavagem de dinheiro de organização criminosa após apropriação indébita de valores relacionados a ações judiciais. O montante superaria R$ 40 milhões, conforme a investigação.

Dal Agnol cumpria pena com tornozeleira eletrônica, pelo crime de posse/porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Quem é Dal Agnol

Maurício Dal Agnol é alvo de mais de 200 processos judiciais. Em um deles, o advogado foi condenado, em primeira instância, por lavagem de dinheiro.

Em outra ação, ele foi condenado a pagar R$ 66 milhões por danos morais coletivos em nome dos clientes. A Justiça afirma que o Dal Agnol deve mais de R$ 230 milhões em ações individuais.

Em 2014, a Polícia Federal descobriu que Dal Agnol era proprietário de 950 imóveis – um deles, em Nova York (EUA), teria custado cerca de R$ 14 milhões. O advogado também tinha adquirido um jato de R$ 20 milhões.

No mesmo ano, ele chegou a ficar preso por seis meses no Presídio Regional de Passo Fundo.

Nota do Ministério Público

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) prendeu, nesta quinta-feira, 5 de junho, em Passo Fundo, um advogado investigado por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro. A prisão preventiva foi decretada pelo Poder Judiciário, a pedido do GAECO, no âmbito da Operação Barba Negra, deflagrada em maio no município do Norte gaúcho.

De acordo com o coordenador do 7º Núcleo Regional do GAECO - Planalto, promotor de Justiça Diego Pessi, responsável pelo pedido de prisão e pela operação, a medida teve como objetivo garantir a ordem pública e econômica, assegurar a conveniência da instrução criminal e garantir a aplicação da lei penal. Na casa e em um prédio do advogado, quando foram cumpridos os mandados judiciais no mês passado, foram apreendidos em dinheiro cerca de R$ 4,7 milhões.

A Operação Barba Negra apura a lavagem de R$ 40 milhões após apropriação indevida de valores de ações judiciais.