Uma mulher morreu, neste sábado (15), após complicações de uma cirurgia plástica realizada na última quinta-feira (13), em um hospital particular, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Segundo os familiares de Claudineia Francisca Lima, 46 anos, ela teria passado por uma correção de hérnia — uma protuberância na parede abdominal — e também abdominoplastia — remoção de excesso de pele e gordura no abdômen. Durante o procedimento, o cirurgião teria perfurando a traqueia dela.
Isso fez com que a paciente precisasse de uma nova intervenção para reparar o erro. Porém, como ela já estava debilitada, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
O médico responsável pela cirurgia diz que não perfurou a traqueia da mulher e que a intubação foi feita pela anestesista, como um procedimento padrão (leia nota mais abaixo).
Em conversa com o g1, parentes contaram que, desde 2022, a mulher tinha o sonho de realizar a abdominoplastia, porém o custo estaria fora do orçamento da família.
Com a necessidade de realizar a correção de hérnia, ela voltou a questionar o valor, e o médico Marcelo Reggiani teria feito um preço promocional de R$ 18 mil para realizar os dois procedimentos em apenas um dia.
De acordo com a família, a operação durou seis horas. Em seguida, Claudineia foi levada a um quarto do hospital-dia, onde reencontrou a filha e o marido. Porém, desde aquele momento, ela relatava dor na garganta, e o pescoço passou a ficar inchado.
Após algumas horas, os familiares aguardavam uma evolução positiva no quadro de saúde, mas Claudineia disse que sentia falta de ar e dor nas costas. Uma enfermeira que realizava o atendimento disse que poderia ser crise de ansiedade.
Conforme o passar do tempo, a mulher ficou mais debilitada, e a família acionou o médico responsável pela cirurgia. Ao reencontrar com a paciente, o Regianni teria dito que poderia ser uma espécie de reação alérgica.
Ainda segundo a família, devido à insuficiência respiratória, os parentes solicitaram a transferência de Claudineia para outra unidade hospitalar. Após tomografia, foi constatada a perfuração na traqueia.
No dia seguinte da cirurgia, a paciente foi encaminhada para outro hospital, com o objetivo de realizar a reparação na traqueia. No entanto, os médicos responsáveis por este procedimento alertaram a família sobre a complexidade da cirurgia.
Depois da tentativa de recuperação do órgão respiratório, a mulher sofreu uma parada cardíaca e acabou não resistindo.
Os familiares registraram um boletim de ocorrência, e a Polícia Civil informou que vai investigar o caso. O corpo de Claudineia foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte para ser periciado.
Em nota, a assessoria do médico Marcelo Reggiani nega que ele perfurou a traqueia da paciente, dizendo que "a intubação foi realizada pela anestesista, como procedimento padrão para a cirurgia".
"Durante a cirurgia plástica, não houve qualquer intercorrência que indicasse essa complicação. A gravidade do caso foi confirmada após a realização da tomografia, indicada por outro serviço de saúde, quando o diagnóstico inicial de anafilaxia foi descartado", afirmou.
O cirurgião ainda atribui o agravamento do caso à demora no tratamento, que teria sido "ocasionada por sucessivas transferências entre hospitais após a cirurgia plástica.
"Durante todo o período após a cirurgia, ele manteve contato próximo com a família, prestando apoio de forma ética e empática", completou a assessoria.
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