Domingo, 13 de Julho de 2025
Sociedade Sexualidade

Homens héteros que fazem sexo com homens héteros: a nova fronteira da sexualidade masculina

Estudos mostram que essa realidade é mais comum do que se imagina.

06/07/2025 às 08h08 Atualizada em 06/07/2025 às 08h15
Por: Redação Acontece no RS
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Foto: Freepik
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A sexualidade masculina é mais diversa e complexa do que muitos imaginam. Um fenômeno cada vez mais observado — embora ainda pouco discutido — envolve homens que se identificam como heterossexuais, mas que têm relações sexuais com outros homens. Nos estudos, eles são conhecidos pela sigla em inglês SMSM (Straight Men who have Sex with Men), e representam uma nova fronteira no entendimento do desejo masculino.

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Para especialistas, essa vivência não necessariamente representa uma contradição. A prática sexual não deve ser confundida com a orientação sexual — que envolve identidade, afetividade e construção social. Muitos desses homens têm relacionamentos duradouros com mulheres, não se consideram gays ou bissexuais e vivem essas experiências sem culpa ou conflito interno.

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Esse comportamento está sendo favorecido por uma sociedade mais aberta à diversidade. A internet, o surgimento de espaços seguros e a redução do estigma em torno de comportamentos antes vistos como tabu permitiram que mais homens explorassem seus desejos com liberdade. Termos como “heteroflexível” ou “heterocurioso” surgiram justamente para dar nome a essas vivências — vistas mais como experiências ocasionais do que como uma mudança na identidade sexual.

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Embora soe novo, o comportamento já vinha sendo estudado há anos. Uma pesquisa da Universidade de Nova York, realizada em 2006, mostrou que 3,5% dos homens que se consideravam heterossexuais já haviam tido relações sexuais com outros homens. As motivações são variadas: curiosidade, desejo por novidade, busca de afeto, frustrações amorosas com mulheres, carência emocional ou até uma forma de expressão íntima que o modelo tradicional de masculinidade não costuma permitir.

Do ponto de vista psicológico, não há motivo para alarme. Se essas experiências não causam sofrimento ou desconforto, não há por que tratá-las como um problema. “Se o indivíduo está bem com isso, não existe um problema”, afirma o sexólogo Pedro Villegas. Para ele e outros profissionais da área, separar prática de identidade é um passo importante para lidar com o desejo masculino de forma mais saudável e verdadeira.

O que importa, afinal, não é o gênero da pessoa com quem se tem contato, mas a honestidade com os próprios limites, desejos e escolhas.