Diploma no Brasil chega a multiplicar salário inicial em até 6 vezes

Ter ensino superior no Brasil continua sendo um divisor de águas para quem busca inserção qualificada no mercado de trabalho. Um estudo da Quero Bolsa, com base em dados do Ministério do Trabalho (Novo CAGED), Instituto Semesp, Firjan e IBGE, revela que a média de salário de admissão no país é de R$ 2.177,96, valor que pode mais que dobrar para quem conclui uma graduação.

Recém-formados em áreas como Medicina, Odontologia, Engenharia e Direito chegam ao mercado com remunerações iniciais que podem ultrapassar os R$ 5 mil. No topo da lista está o curso de Medicina, com média de R$ 13.891 no primeiro emprego com carteira assinada. As áreas de TI, Arquitetura e Psicologia também apresentam bons indicadores salariais logo no início da carreira.

Salário médio de admissão por curso (dados Semesp 2024):

• Medicina: R$ 13.891

• Odontologia: R$ 5.809

• Engenharia: R$ 5.764

• Economia: R$ 4.922

• Direito: R$ 4.320

• Medicina Veterinária: R$ 4.309

• Tecnologia da Informação: R$ 4.303

• Arquitetura e Urbanismo: R$ 4.002

• Psicologia: R$ 3.877

• Ciências Contábeis: R$ 3.753
  
  

De acordo com dados do IBGE, a renda média entre profissionais com diploma universitário caiu 12% nos últimos 12 anos, passando de R$ 7.495 em 2012 para R$ 6.619 em 2024. Essa queda é explicada pelo aumento da escolaridade geral da população, o que reduziu a exclusividade do diploma como diferencial competitivo, além da expansão da taxa de informalidade entre os mais escolarizados. Mesmo assim, a formação superior ainda garante um patamar salarial maior que o recebido pelos profissionais não graduados.

“O diploma de graduação continua sendo um dos principais caminhos para ascensão social no Brasil. Entender o retorno financeiro dessa escolha ajuda o estudante a tomar decisões mais conscientes e a traçar metas profissionais mais realistas”, afirma Allan Gastalle, Diretor Executivo da Quero Bolsa.

Os dados da 4ª Pesquisa de Empregabilidade do Instituto Semesp também apontam que 87,3% dos egressos de instituições privadas estão empregados. A renda mensal bruta média desses profissionais é de R$ 4.640 — sendo que 69,9% recebem até R$ 5 mil reais.

Além da área de formação, o local onde o profissional trabalha também influencia diretamente a remuneração. Segundo levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), divulgado em fevereiro de 2025, São Paulo continua liderando o ranking de salários médios de admissão, seguido por Distrito Federal e Rio de Janeiro.

Estados das regiões Sul e Centro-Oeste, como Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, também aparecem entre os dez maiores salários de entrada. Em 2024, o valor médio de admissão no Brasil subiu 2%, chegando a R$ 2.178 — um indicador positivo, mas que ainda evidencia desigualdades regionais.

“Essas disparidades ainda são um desafio no Brasil. Nosso papel é ampliar o acesso à informação e às oportunidades educacionais em todo o país, ajudando o estudante a fazer escolhas mais estratégicas para a construção de sua carreira profissional”, comenta Allan Gastalle.

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Mesmo com os desafios do mercado de trabalho, a graduação ainda representa uma vantagem concreta na busca por melhores salários e estabilidade. O acesso ao ensino superior permanece como um passo decisivo para milhares de brasileiros que desejam transformar sua realidade.

Iniciativas como a Quero Bolsa ajudam a tornar esse caminho mais viável, ampliando o acesso à educação de qualidade e conectando estudantes a oportunidades que podem fazer diferença já no primeiro emprego.

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