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Estudo revela que quase um quinto da Região Metropolitana de Porto Alegre enfrenta risco extremo de inundação

Estudo aponta que 18% da Região Metropolitana de Porto Alegre está em risco extremo de inundação, um ano após tragédia climática no RS.

29/05/2025 às 17h34
Por: Lucas
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Estudo revela que quase um quinto da Região Metropolitana de Porto Alegre enfrenta risco extremo de inundação

Um estudo recente desenvolvido por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) indica que cerca de 18% da Região Metropolitana de Porto Alegre está localizada em áreas classificadas como de risco extremo para inundações. A análise considera, entre outros fatores, a densidade populacional e a expansão urbana desordenada, e foi publicada em um periódico científico internacional.

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As conclusões do estudo ganham relevância especial por terem sido divulgadas um ano após a enchente de maio de 2024, considerada uma das maiores catástrofes climáticas da história do Rio Grande do Sul. O evento resultou em 184 mortes e 25 pessoas desaparecidas, além de prejuízos materiais incalculáveis em quase todos os municípios gaúchos.

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Impactos da enchente de 2024 ainda são sentidos

Em maio do ano passado, o estado foi severamente afetado por um volume de chuvas extremo, que provocou a elevação do nível do Guaíba para 5,37 metros, conforme dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em Porto Alegre, o Instituto de Pesquisas Hídricas (IPH) da UFRGS estimou que 2 mil quarteirões foram tomados pela água.

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Outros municípios da Região Metropolitana também enfrentaram consequências dramáticas. Eldorado do Sul teve mais de 90% de seu território alagado devido ao transbordamento do Rio Jacuí. Já Canoas foi amplamente afetada, com dois terços da cidade submersos, o que equivale a uma área comparável a quase 11 mil campos de futebol, segundo as autoridades locais.

Esses dados ilustram o quanto o cenário de vulnerabilidade descrito no estudo tem implicações reais e imediatas para a população da região.

Urbanização desordenada amplia riscos

De acordo com os pesquisadores, os riscos são agravados pela combinação de crescimento urbano sem planejamento e o aumento na frequência de eventos climáticos extremos, como tempestades e enchentes. As áreas de risco incluem, segundo o estudo, "bairros densamente edificados", o que potencializa os impactos sociais e econômicos dos desastres naturais.

O artigo destaca que, para reduzir a vulnerabilidade da população, é essencial adotar medidas estruturais e não estruturais de mitigação. “Os dados reforçam a urgência da implantação de estratégias mais robustas e sustentáveis”, alertam os autores.

A necessidade de uma abordagem integrada

Além de apontar as áreas mais críticas, o estudo oferece uma série de recomendações para fortalecer a resiliência urbana. Entre elas, está o uso de mapas de risco atualizados para orientar o planejamento urbano. Os especialistas também sugerem a restauração de áreas de vegetação natural e a modernização de infraestruturas de drenagem, especialmente em zonas urbanas vulneráveis.

Outro ponto importante é a integração de tecnologias de modelagem hidrodinâmica com dados climáticos e sociais em sistemas de alerta precoce. Esses sistemas, segundo os estudiosos, devem ser acessíveis e compreensíveis pela população, a fim de garantir respostas rápidas e eficazes em situações de emergência.

A discussão proposta pelos cientistas repercute em diversos setores da sociedade e foi amplamente abordada por veículos especializados, inclusive em portal de conteúdo noticioso, que destacaram a necessidade de rever políticas públicas e práticas de urbanização diante das mudanças climáticas.

Medidas propostas para mitigar futuros desastres

O estudo sugere três ações centrais que podem ser aplicadas pelos gestores públicos e órgãos técnicos:

  • Fortalecimento do planejamento urbano com base em informações georreferenciadas e projeções climáticas.

  • Reabilitação ambiental, com foco na recomposição de áreas verdes que possam funcionar como barreiras naturais a inundações.

  • Atualização da infraestrutura urbana, especialmente em áreas com sistemas de drenagem ultrapassados ou ineficazes.

Os especialistas concluem que apenas ações emergenciais não são suficientes. É necessário um investimento contínuo e coordenado para prevenir novas tragédias e reduzir a exposição de comunidades inteiras aos riscos hidrológicos.

Perspectivas para o futuro

O estudo representa um alerta importante para o poder público e a sociedade civil, principalmente em um contexto de mudanças climáticas intensificadas. A tendência de aumento na ocorrência de eventos extremos exige uma mudança estrutural na forma como as cidades são planejadas e geridas.

Como reforçam os autores, a resiliência urbana deve ser construída de maneira inclusiva, levando em conta as desigualdades sociais que tornam certos grupos mais vulneráveis às catástrofes. O desafio está em conciliar crescimento urbano com sustentabilidade, garantindo segurança e qualidade de vida para a população da Região Metropolitana de Porto Alegre.

O artigo publicado em periódico internacional surge, assim, como um instrumento valioso para orientar políticas públicas, promovendo um debate urgente sobre adaptação climática em áreas urbanas de alto risco.

 

Porto Alegre, RS Atualizado às 01h06 - Fonte: ClimaTempo
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