O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou uma operação nesta terça-feira (20) para investigar suposta manipulação de apostas esportivas envolvendo um jogador do Esporte Clube Juventude, equipe que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro.
A ação teve como foco a coleta de provas que possam confirmar a existência de um esquema de manipulação de resultados. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na residência do atleta investigado e outro nas dependências do Estádio Alfredo Jaconi, localizado em Caxias do Sul.
Em nota oficial, o GAECO esclareceu que os possíveis delitos investigados incluem organização criminosa, além de infrações previstas no artigo 198 da Lei Geral do Esporte e um possível caso de estelionato.
De acordo com a legislação, o artigo 198 trata de “solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsificar o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena prevista para essa conduta varia de dois a seis anos de reclusão, além de multa.
A operação foi iniciada a partir de uma solicitação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que buscava aprofundar as investigações sobre supostas distorções em apostas esportivas. Essas irregularidades teriam causado prejuízos financeiros a diversos apostadores, ao mesmo tempo em que beneficiavam indivíduos com informações antecipadas sobre os eventos manipulados.
O GAECO divulgou que, conforme apuração preliminar, o atleta investigado teria se envolvido em um esquema no qual se comprometia a receber pelo menos dois cartões amarelos em partidas específicas do Campeonato Brasileiro de 2025. As partidas envolvidas ainda não foram reveladas, e o nome do jogador também não foi divulgado até o momento.
O Esporte Clube Juventude se manifestou oficialmente após a diligência, afirmando que colaborou integralmente com as autoridades. Segundo comunicado da assessoria de imprensa do clube, foram fornecidos todos os acessos solicitados pelo GAECO, tanto no Estádio Alfredo Jaconi quanto no Centro de Treinamento da equipe.
“O Juventude colaborou fornecendo os acessos necessários para ação do GAECO/MPRS, tanto no estádio Alfredo Jaconi quanto no CT do Clube”, informou o clube, que também ressaltou sua disposição em acompanhar de perto os desdobramentos do caso.
Ainda em nota, o Juventude declarou que “seguirá atento aos desdobramentos desta ação e tem total interesse em acompanhar o completo esclarecimento dos fatos”.
A manipulação de resultados esportivos por meio de apostas tem se tornado uma preocupação crescente no cenário do futebol brasileiro. Autoridades judiciais e entidades esportivas têm intensificado esforços para coibir práticas que ameaçam a integridade das competições e comprometem a confiança dos torcedores e apostadores.
A investigação atual conduzida pelo MP-RS se soma a uma série de outras apurações em curso no país, algumas das quais já resultaram em punições administrativas, suspensões de atletas e até mesmo ações criminais. A CBF, por sua vez, tem reforçado sua política de combate à manipulação de resultados com apoio de órgãos como o GAECO e o Ministério Público.
Especialistas alertam que casos de manipulação como o investigado em Caxias do Sul colocam em xeque a credibilidade do esporte como um todo. A desconfiança do público e dos investidores pode comprometer o crescimento do setor, ainda mais em um momento de expansão do mercado de apostas esportivas no Brasil, regulado por novas legislações e atrativo para patrocinadores.
Nesse contexto, veículos como um portal de notícias atualizado desempenham papel fundamental na disseminação de informações confiáveis e na manutenção da transparência dos processos que envolvem investigações delicadas como esta.
O Ministério Público ainda não confirmou se haverá novas diligências ou se o jogador investigado será formalmente indiciado. O processo segue em fase de coleta de provas, e outras pessoas possivelmente envolvidas poderão ser chamadas para depor.
O GAECO reforçou que está apurando o caso com o máximo de rigor, e que os elementos reunidos até agora indicam a existência de um possível esquema previamente estruturado para interferir em resultados por meio de cartões recebidos intencionalmente em campo.
Enquanto as investigações prosseguem, a comunidade esportiva acompanha atenta os próximos passos do MP-RS. O caso reforça a necessidade de vigilância constante e mecanismos eficazes para coibir a influência de apostas no resultado de jogos profissionais. O Juventude, por sua parte, reiterou sua postura de colaboração e aguarda os desdobramentos para adotar eventuais medidas internas cabíveis.
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