Nesta segunda-feira (19), o governo do Rio Grande do Sul declarou situação de emergência em saúde pública devido ao expressivo aumento das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A medida, que tem validade de 120 dias a partir da data de publicação, será formalizada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (20).
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o decreto foi necessário diante da alta demanda nos serviços de emergência, que têm enfrentado filas de espera e elevado risco à população.
A decisão busca reforçar a capacidade de atendimento nas redes hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), priorizando medidas emergenciais para a disponibilização de leitos clínicos e de terapia intensiva dedicados aos casos de SRAG.
De acordo com informações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), até esta segunda-feira (19), o estado do Rio Grande do Sul registrou mais de 4 mil hospitalizações em decorrência da SRAG. Dentre esses casos, 305 evoluíram para óbito, refletindo a gravidade da situação.
Os dados revelam um impacto entre as crianças menores de cinco anos, com 1.374 internações e 10 mortes contabilizadas. Esse cenário acendeu um alerta para as autoridades de saúde, que agora buscam alternativas para conter o avanço das infecções respiratórias graves.
A capital do estado, Porto Alegre, já havia decretado situação de emergência em saúde pública na última sexta-feira (16), em resposta ao aumento das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o crescimento dos casos vem sendo observado desde o início de abril, sobrecarregando hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos em Porto Alegre está 10% acima do registrado no mesmo período do ano passado, tanto para adultos quanto para crianças. A situação preocupa as autoridades municipais, que buscam estratégias para ampliar a capacidade de atendimento.
Diante do cenário alarmante, o governo do RS estabeleceu um plano emergencial para ampliar a capacidade de leitos hospitalares e otimizar o atendimento nas unidades de saúde. Além disso, orienta a população a intensificar medidas de prevenção, como:
Higienização frequente das mãos;
Uso de máscaras em ambientes fechados e com aglomeração;
Cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir;
Evitar contato próximo com pessoas doentes;
Manutenção de ambientes ventilados.
A SES informou que seguirá monitorando os dados epidemiológicos em tempo real, a fim de ajustar as estratégias de enfrentamento. Em nota, o governo destacou que a colaboração da população é fundamental para evitar o colapso no sistema de saúde.
Conforme noticiado por portal de notícias digital, o Rio Grande do Sul enfrenta um dos piores cenários de síndrome respiratória dos últimos anos, com um avanço acelerado das infecções e impacto nos serviços hospitalares. A expectativa é que, com as novas medidas, seja possível controlar a disseminação da doença e garantir atendimento adequado aos pacientes.
Um relatório divulgado pelo Boletim InfoGripe, da Fiocruz, aponta que Porto Alegre está em um nível de alerta, com 95% de probabilidade de aumento dos casos de SRAG nas próximas semanas. Os dados demonstram que as crianças entre 0 e 4 anos são as mais afetadas, representando 42,3% dos casos. Em seguida, os idosos com 60 anos ou mais constituem 36% das internações.
O aumento expressivo nas internações levou as autoridades a reforçar as medidas de prevenção e a capacidade hospitalar para enfrentar o cenário de risco. Segundo especialistas, o avanço da síndrome respiratória se intensifica durante os períodos de mudança climática, o que contribui para a disseminação de vírus respiratórios.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Porto Alegre, os principais sintomas que caracterizam a SRAG incluem:
Febre persistente;
Calafrios;
Dor de garganta;
Dor de cabeça;
Tosse intensa;
Coriza;
Perda do olfato ou paladar;
Dispneia (falta de ar) ou desconforto respiratório;
Pressão ou dor persistente no tórax;
Saturação de oxigênio menor ou igual a 94% em ar ambiente;
Coloração azulada (cianose) dos lábios ou do rosto.
As autoridades de saúde reforçam a importância da busca por atendimento médico em caso de sintomas graves, especialmente em populações mais vulneráveis, como crianças pequenas e idosos.
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