O motorista chegou por volta de 16h na Rua Roque Callage, onde fica a delegacia, no centro de Santa Maria, acompanhado de seus advogados de um escritório de Pelotas, Filipe Trelles, Marcela Weiler e Giuseppe Maragalhoni. Ao sair do local, não falou com a imprensa. O advogado Flávio Barreiro, que também representa Bopp, afirmou que o profissional, que atua há 15 anos na área, estaria abalado com a situação:
– O Rodolfo ainda está muito dolorido com essa situação. É um rapaz que fez tudo para salvar vidas e fez o que pode. Não agiu com negligência, nem imperícia, nem imprudência. Vamos aguardar o laudo da perícia. Nós estamos cientes que o Rodolfo foi o herói dessa situação.
Sobre o depoimento, o advogado afirmou que não seria de competência do motorista verificar a situação do ônibus:
– A autoridade policial ficou satisfeita com as informações adicionais que ele trouxe ao inquérito. Sobre problemas no ônibus antes de embarcar, isso não é de competência dele como motorista. As competências dele incluem verificar pneus, combustível, oléo do motor, líquido de freio... o resto não dizia respeito a ele. Isso é com outro departamento.
Além dos depoimentos, os pertences dos passageiros chegaram a Santa Maria e alguns sobreviventes puderam fazer o reconhecimento dos objetos. Os pertences foram encaminhados para a UFSM, que está centralizando tudo o que chega do Vale do Taquari.
Os depoimentos seguem ao longo do fim da tarde desta quarta, sem previsão de hora para acabar.
Depoimentos pela manhã
Na manhã desta quarta, pelo menos, oito pessoas foram ouvidas pelo delegado responsável, José Romanci Reis, na 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, para esclarecer sobre o acidente envolvendo o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entre elas, sobreviventes, o reitor da UFSM, Luciano Schuch, e a direção do Colégio Politécnico.
Para os depoimentos, o delegado veio a Santa Maria com uma equipe de três policiais. Após ouvir as primeiras pessoas, sinalizou que os relatos até então colhidos seguem a linha de investigação até então, de possível falha mecânica nos freios, mas o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) será crucial para a investigação. Essa avaliação técnica pode demorar 30 dias.
Sobre a suposta declaração do motorista antes do acidente: "Botem os cintos, estamos sem freio", o delegado esclareceu que, até o momento, nenhuma das vítimas teria confirmado ouvir do condutor a suposta frase:
– Nenhuma das pessoas ouvidas até agora confirmou que o motorista tenha falado qualquer coisa. Alguém do ônibus, um passageiro, gritou para colocar o cinto. Pelo que apuramos, até agora, não foi o motorista (que gritou).
Relembre o acidente
Um ônibus com estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) caiu em uma ribanceira perto do trevo de acesso ao município de Imigrante, na região do Vale do Taquari, na tarde de sexta-feira (4), e deixou sete mortos e 26 feridos. A UFSM divulgou neste sábado (5) a lista das vítimas fatais. Todas elas eram calouras do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico da instituição.
No total, 33 pessoas — estudantes, professoras e motorista — da turma de Paisagismo estavam em uma excursão que faria uma visita técnica ao Cactário Horst (espaço dedicado ao cultivo de cactos e suculentas), em Imigrante, quando o acidente aconteceu. Uma das teorias da causa do acidente seria falha nos freios.
As despedidas das vítimas fatais Dilvani Hoch, Fátima Eliane Riquel Copatti, Flavia Marcuzzo Dotto, Janaina Finkler, Marisete Maurer, Paulo Victor Estefanói Antunes e Elizeth Fauth Vargas foram realizadas no sábado em Santa Maria, São Pedro do Sul, Vale Vêneto (distrito de São João do Polêsine), Estância Velha e São Martinho da Serra. Elizeth Fauth Vargas foi sepultada no domingo (6), em Passo Fundo.
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