A Polícia desarticulou um grupo criminoso que usava o nome do chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul para extorquir vítimas do "golpe dos nudes".
Segundo a investigação, o grupo se apresentava como o delegado Fernando Sodré e exigia dinheiro para que supostas trocas de fotos entre as vítimas do golpe não se tornassem um caso policial (saiba, abaixo, como o golpe funciona). Na manhã desta terça-feira (25), suspeitos de integrarem o esquema foram alvos da operação da Polícia Civil.
A delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Canoas e responsável pela investigação, afirma que essa é segunda fase da operação. Em setembro de 2024, seis pessoas já tinham sido presas pelo mesmo crime.
Os criminosos usam perfis falsos em redes sociais, entram em contato com vítimas em potencial e, ao longo da conversa, há a troca de fotos íntimas – as extorsões começam quando a vítima é informada pelo estelionatário que, se passando por um personagem (policial, advogado ou pai das pessoas que aparecem nuas nas imagens), afirma que as imagens seriam de pessoas menores de idade, o que é crime. Assim, para que a vítima não seja denunciada à polícia, precisa pagar o valor exigido pelos criminosos.
Na investigação que culminou na operação desta terça, o golpe teria ocorrido no início do ano passado. A polícia descobriu que uma das vítimas, um morador do Noroeste do RS, chegou a perder R$ 50 mil após ser extorquido e ameaçado pelo grupo.
Ainda de acordo com a delegada Bertoletti, os criminosos iniciaram a abordagem se passando por outro delegado, do interior do RS. Quando ele não conseguiu aplicar o golpe, entrou em cena o suposto chefe de Polícia, Fernando Sodré.
"Essa vítima acabou depositando 50 mil reais, porque realmente acreditou que estava falando com o chefe da Polícia Civil. O chefe é uma figura pública, está sempre na TV, nas mídias, então a vítima realmente identificou quando ele pegou a foto como do chefe e acabou repassando esse valor altíssimo", explica a delegada.
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