Os níveis dos principais rios da Região Metropolitana apresentam situações distintas nesta sexta-feira, mas as captações que não são para o abastecimento humano continuam normais. No Gravataí, conforme o monitoramento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), a marca aferida foi de 2,10 metros na Estação de Tratamento de Água (ETA) Alvorada, 1,57 metro na ETA Gravataí e 2,14 no Balneário Passo das Canoas, também em Gravataí, todos com elevação de um centímetro em relação ao dia anterior.
É o quinto dia seguido de condição de atenção neste rio. Já no rio dos Sinos, as cotas de todos os locais medidos reduziram: na captação da Corsan, em Campo Bom, a aferição foi de 2,57 metros, no Semae, em São Leopoldo, de 2,30 metros, e na Comusa, em Novo Hamburgo, 3,59 metros. No Guaíba, as marcas também apresentaram redução para 1,47 metro, sobre a quinta-feira.
O técnico em informática Emerson Medeiros da Silva, morador do bairro Glória, estava com sua família, esposa, sogro e sogra, todos praticantes do hobby de detectorismo, ou detecção de metais, na praia do Veludo, no bairro Belém Novo, zona Sul de Porto Alegre, na manhã desta sexta. Eles haviam chegado cedo, e colocavam os equipamentos na água rasa em busca de eventuais tesouros. “A gente fica o ano todo esperando pelo verão, porque é a época em que as pessoas mais perdem coisas. Não encontramos muito facilmente itens mais antigos, então dependemos muito das coisas novas que o pessoal perde”, comentou Emerson.
Caso seja encontrado algum item com inscrição, por exemplo, ou é demandada a localização de algum material em uma praia, a equipe busca devolvê-lo para quem o perdeu, mas o serviço sob demanda é cobrado. “Se encontramos alguma aliança, digamos, e ninguém deu falta e não há nenhuma referência a nome ou data, vendemos depois para subsidiar nossas viagens, até porque isso tudo tem custo”, relatou Emerson.
Conforme ele, que diz preferir lagoas ao mar aberto, o serviço também é feito em Arambaré, na Costa Doce. Para o profissional, o nível do Guaíba anda mais baixo, dependendo também das correntes que circulam pela área. “Vim aqui há uns dois verões, também havia uma estiagem, e estava menor ainda. Quando, geralmente, está muito cheio, não conseguimos praticar o hobby também, porque dependemos do mergulho, e só vamos até onde a água dá pé”, explicou.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, aumentou para 166 o número de municípios afetados pela estiagem no Rio Grande do Sul, correspondendo a 1,19 milhão de habitantes. Foram incluídos, na quinta-feira, Marau, Itatiba do Sul, Muliterno, Cacique Doble e Alpestre. O único rio gaúcho com situação considerada crítica pelo governo do Estado no momento é o Bernardo José, na altura da PCH São Bernardo Montante, na divisa entre os municípios de Barracão e Esmeralda.