A elevação no tom dos confrontos marcou o mais recente debate entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre. Sebastião Melo (MDB), Maria do Rosário (PT), Juliana Brizola (PDT) e Felipe Camozzato (Novo) trocaram críticas pessoais e sobre visão de cidade no início ao fim do encontro. A troca de farpas iniciou de imediato. O primeiro bloco foi destinado à apresentação de cada um dos concorrentes e, já neste momento, os primeiros comentários depreciativos começaram a aparecer.
Maria do Rosário e Juliana criticaram duramente a gestão Melo, apontando problemas da cidade. Camozzato disse que seus concorrentes pertencem ao mesmo grupo: "Juliana foi vice de Melo, Melo foi vice do Fortunati, que apoia Rosário", disse. Melo foi o último a falar e defendeu seu governo, citando avanços na cidade.
O alvo preferido foi o atual chefe do Executivo. Melo foi criticado diversas vezes por seus três oponentes. Em determinado momento, definiu seus adversários como um "consórcio", pois o confronto ocorreria em "três contra um”.
Eram tantas as críticas que, por dois momentos o prefeito precisou admitir que "não está tudo resolvido" e reconhecer que a cidade "tem problemas, mas melhorou".
Melo e Rosario, que lideram todas as pesquisas de intenção de voto, polarizaram também o debate. Melo era o alvo de Rosário e Juliana; Rosário era o alvo de Melo e Camozzato.
Apesar da preferência, também ouve ataques diretos entre Juliana e Camozzato, Camozzato e Rosário e Melo e Juliana. Mais uma vez, Rosário e Juliana evitaram confronto direto entre ambas, apesar de a pedetista ter proferido críticas ao governo federal de Lula. Melo não fez críticas à Camozzato, mas o candidato do Novo não poupou o atual prefeito.
Um confronto forte foi entre Rosário e Camozzato. Este atacou o PT e apontou escândalos de corrupção em que o partido esteve envolvido, como o Mensalão e o Petrolão, para sugerir que a proposta da petista de recriar o Departamento de Esgoto Pluvial (DEP) teria motivações ilícitas. "O DEP, pelo que me consta, teve roubo quando teve alguém vinculado ao senhor lá. Ramiro Rosário, alguém assim", rebateu a petista. Ao que respondeu o candidato: "O escândalo de corrupção aconteceu no governo Fortunati, que agora é seu aliado e pede voto para a senhora.”
Outro momento de alta tensão se deu entre Melo e Rosário. A candidata acusou o prefeito de não ter atuado na manutenção do sistema de proteção contra cheias. Melo criticou as gestões petistas do anos 1990, o governo Dilma Roussef (PT, 2010-2016) e disse que está atuando na reconstrução da cidade sem auxílio do governo Lula. Rosário o acusou de ingratidão, disse que ele briga com Lula, com o governador Eduardo Leite (PSDB) e questionou como ele governaria dessa forma.
Apesar de este encontro ter representado uma escalada de tom em comparação a outros debates, e apesar das críticas pessoais proferidas, os confrontos se centraram em visões sobre política, ideologia e cidade, sem troca de xingamentos como observado em outras capitais do país.
O debate foi realizado por uma parceria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), os portais Terra e Porto Alegre 24 Horas e a rádio Acústica FM.
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